terça-feira, 6 de setembro de 2011

no muro da ideias

no muro das ideias o mundo
dogmático: a tela sem reflexos
encarcera o espontâneo.

qualquer palavra gritada é inaudita
e permanentemente prensada, hesita.
o pensamento se arrasta em paradigmas.

a poesia se esqueceu das estrelas.
o vento empurra a noite feito ondas
e na permanência do vezo, navega a vida.

todas as frases premeditam o gesto.
todas as lágrimas se limitam do sal.
os sonhos são apenas pausas entre o burlesco e o natural.

tudo é visível e contemplado.
a imaginação se perde no compasso
entre o ser e o não-ser.

na sombra do meu nome, me projeto
e passo sem tempo
(em silêncio me despeço).

sidnei olivio

7 comentários:

Isaac Ruy disse...

Lindo, Sidnei!

=]

BlueShell disse...

A poesia se esqueceu das estrelas...se esqueceu do homem...se esqueceu do calor da lareira acesa em inverno chuvoso. A poesia se esqueceu da "palavra" que enforma o "querer"....a poesia rompeu as muralhas do bom-senso e por isso mesmo..é poesia!!!
Abraço...sem filosofias, nem dogmas, apenas com admiração.
BShell

Anônimo disse...

visão de poeta

(talvez)

para poetas

Sílvia Ribeiro disse...

Putz!
"a poesia se esqueceu das estrelas"
devia ser o título de meu último poema...

adorei!

bj

Sidnei Olivio disse...

Obrigado pelos comentários. Beijos.

L. Rafael Nolli disse...

Sidnei, pelo poema. Gostei dessa atmosfera que você criou.
Abraços!

Benny Franklin disse...

Como sempre: muito bom! Poetíssimo!