segunda-feira, 5 de setembro de 2011

VOZ FALANDO


palavras com seu recorte clássico
a construir um belo labirinto
muito maior que o teor frásico
onde me perco no que sinto

é o soneto que não tem emenda
e sempre se renova com o dizer
de novas vozes indo em sua senda
colher o fruto da vida pelo ser

esta voz falando do silêncio
parece assoar sem filtrar o ar
registando este estranho comércio

dum som que se dá como canto
nada querendo em troca retornar
e não mais falando do que espanto

2 comentários:

Anônimo disse...

um soneto
que diz além além da forma

grita
entre silentes pausas

sim
música de lira

L. Rafael Nolli disse...

Francisco, belo soneto. tens ai uma chave de ouro.
Abraços!