no muro das ideias o mundo
dogmático: a tela sem reflexos
encarcera o espontâneo.
qualquer palavra gritada é inaudita
e permanentemente prensada, hesita.
o pensamento se arrasta em paradigmas.
a poesia se esqueceu das estrelas.
o vento empurra a noite feito ondas
e na permanência do vezo, navega a vida.
todas as frases premeditam o gesto.
todas as lágrimas se limitam do sal.
os sonhos são apenas pausas entre o burlesco e o natural.
tudo é visível e contemplado.
a imaginação se perde no compasso
entre o ser e o não-ser.
na sombra do meu nome, me projeto
e passo sem tempo
(em silêncio me despeço).
sidnei olivio
7 comentários:
Lindo, Sidnei!
=]
A poesia se esqueceu das estrelas...se esqueceu do homem...se esqueceu do calor da lareira acesa em inverno chuvoso. A poesia se esqueceu da "palavra" que enforma o "querer"....a poesia rompeu as muralhas do bom-senso e por isso mesmo..é poesia!!!
Abraço...sem filosofias, nem dogmas, apenas com admiração.
BShell
visão de poeta
(talvez)
para poetas
Putz!
"a poesia se esqueceu das estrelas"
devia ser o título de meu último poema...
adorei!
bj
Obrigado pelos comentários. Beijos.
Sidnei, pelo poema. Gostei dessa atmosfera que você criou.
Abraços!
Como sempre: muito bom! Poetíssimo!
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