para nina rizzi
não eu não respiro poesia nem vivo por ela
não me sinto poeta nem outra coisa que o valha
vivo na rotina dos dias incansáveis
e às vezes fecho a janela para não ver a manhã
sou como tantas
talvez um pouco mais triste
e quando menos espero
sinto que as palavras vêm
e tenho que escrevê-las
mas isso não é poesia nem ser poeta
talvez tirar do café um gosto diferente
ou olhar os carros na rua e pensar em poentes
e quando li nina hoje
me deu a sensação de que as palavras não viriam nunca mais
e olhar uma aranha na parede vai ser olhar uma aranha na parede
e nada mais
talvez esse não seja meu último poema
mas o velho buk sabia:
"se você está morto
você podia também ser enterrado
e jogar fora a máquina de escrever
e parar de se enganar com
poemas cavalos mulheres a vida:
você está entulhando a saída- portanto saia logo
e desista das
poucas preciosas
páginas."
meu blog:http://driaguida.blogspot.com/
blog da nina rizzi : http://ellenismos.blogspot.com/
14 comentários:
↓
e às vezes fecho a janela para não ver a manhã
♫ amanhã de manhã
vou pedir uma cicuta pra nós dois...♪
Oh! My GODoy!
É verdade... Como dói!
:o)
Uma aranha na parede é só uma aranha na parede, e uma pedra é só uma pedra...
As vezes Deus nos tira a poesia, e Adélia também sabia.
Mas poeta?
Claro que você é!
Das boas.
bj
Rossana
Tenho dias assim, aranhas são aranhas, flores são flores, sentimentos são apenas palavras...Mas tem dias que tudo vira poesia, até a água que aqueço para fazer um café. Lindo post!
Sua insppiração está tão evidente quanto as aranhas nas paredes...
Lindo desabafo metapoético...:)
Boa semana!
Dri querida
As palavras voltam...
Elas sabem onde encontram VOZ!!!!!! ;)
Bjão
buk, adri?
mesmo se não houvesse lido, assinava:
"mas isso não é poesia nem ser poeta
talvez tirar do café um gosto diferente
ou olhar os carros na rua e pensar em poentes"
viva!!!
"e quando menos espero
sinto que as palavras vêm
e tenho que escrevê-las"
...e quando li o seu poema, Adriana, intui que escrever é uma forma de viver diferente e sempre uma maneira de driblar os carros, de ir fundo ao poço e tocar a vida. Parabens, querida.
poema para a Nina tinha que ser assim,
beijo
Poxa Adrina, arrasou hein ?
Poema de temática intimista, profundo e simples ao mesmo tempo. Bela homenagem !
Beleza é isso, DRI!
Saber dizer o certo na hora certa. Com um "finesse" de dar medo. Mas não concordo muito com o egoísmo do Buk.
Já que para ele uma barata na parede é só isso, sem respeito nenhum à natureza e à função biológica dos aracnídeos, ele que pulasse primeiro.
Beijos
Mirze
adriana,
"tem dias que a gente se sente
como quem partiu ou morreu
a gente estancou de repente..."
mas aé só piração- e quem é mordido pelo veneno da poesia sabe que as aranhas na parede não só aranhas na parede- são arranhos nas paredes, são hieroglifos, sãoa grifos voadores, são ganchos, são saltos mortais, são teias, sãoa fios que não findam seu fiar, como penélopes.
e que seria da vida sem a apoesia, sem o lirismo das iddéias, o concretismo das palavras, o inusitado das imagens e dos momentos que ficam, aprá sempre, na aretina e na memória?
você é poeta maravilhosa- do cotidiano, das coisas pequenas, daa rotina, e tamabém uma aleitora generosa-
agradeço pelo seu blog tão bonito, pelas imagens lindas, pelos poemas, e pelos seus comentários tão criativos e inspsirados nos meus textos- confesso, às vez\es, piro nas palavras...
mas sé bom estar assim, pilhado, pirado, parar é morrer
ou naão?
abraços empoetados
Danilo.
Pessoal, adorei os comentários! É bom demais saber que tem gente que gosta e até mesmo que não gosta. Valeu muito, valeu mesmo! beijo
é... as palavras têm esse dom mesmo, de escolher a voz certa. que bom poder ouví-la,
lindo poema.
beijos
eu não sei o que dizer diante disso tudo aí made by godoy, a não ser: amém!
dor-de-e-de-ser-amor.
beijos, querida, você é sempre esse poço de emoção.
Cynthia
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