Fotografia by Miguel Chikaoka
I - Ahí! Ahí!
― Vós aplaudis o quê?
― Vós aplaudis o quê?
Quanto a mim:
aplaudo o anseio de crucifixar algemas,
de derrotar cadeias, de fotografar
de derrotar cadeias, de fotografar
em preto e branco,
e depois dos 90
assexuar com imagens.
e depois dos 90
assexuar com imagens.
Ahí! Sem excitação de infinito,
tudo é concreto... espuma que embebeda...
êxtase
ao reverso!
Cá,
mofado em pencas, todo poeta goza como um cadafalso
que apenas reinventa a corda:
o clímax da ausência.
que apenas reinventa a corda:
o clímax da ausência.
II - E Vós?
(Espírito! Espírito!)
Vós que emanais de si mesmo,
revela-nos a consubstancialidade das coisas:
― Quem há de conceder despudor
ao breve espermar?
― Quem há de ouvir o urro de si mesmo
e ainda depender da penetração?
― Quem há de manipular a razão e a emoção e
e alcançar a ternura?
Cá. Bebo-me em série
e ainda renovo-me em cacho
esnobando o enigma da expiação.
III - Mundo! Oh, Mundo!
Teus homens-pedras
são larvas lastimáveis à medida que não gozam
ao final de suas bulimias...
E Vós?
(Pedra de ferir firmamento!)
Vós que aplaudis o soluço do barro,
estancai (imediatamente) em vossas vaginas
os corrimentos marrons dos homens sem falas.
esnobando o enigma da expiação.
III - Mundo! Oh, Mundo!
Teus homens-pedras
são larvas lastimáveis à medida que não gozam
ao final de suas bulimias...
E Vós?
(Pedra de ferir firmamento!)
Vós que aplaudis o soluço do barro,
estancai (imediatamente) em vossas vaginas
os corrimentos marrons dos homens sem falas.
Vós sabeis, desde sempre,
que a prisão verbal é imerecida
e tem a virtude de debochar
a palavra que, fugitiva,
retarda a ortografia dos mortos:
a gravidez incurável que desanima
o poema desejado.
IV - Ahí! Ahí!
― Vós aplaudis o quê?
Decerto que aplaudis veneno, fogo, asfixia,
porque sois cisco e graça e gala e órbita;
porque sois lágrima e riso e estricnina;
porque sois como a fumaça repousada na ferida
que não remenda línguas e vidros;
porque sois como o relógio para o antiquado
porque sois cisco e graça e gala e órbita;
porque sois lágrima e riso e estricnina;
porque sois como a fumaça repousada na ferida
que não remenda línguas e vidros;
porque sois como o relógio para o antiquado
e como a vírgula para o contraponto;
porque sois como os olfatos desusados
porque sois como os olfatos desusados
e as lâminas afetivas
que brilham para os brancos sentimentos.
que brilham para os brancos sentimentos.
V - Ahí! Quando tudo parece um monte de estômagos esvaziados,
acontece sempre o surgimento do viço gordurento do bacio
que obriga o poeta a escarrar
o gozo virulento da manhã-manhã,
que nada pede,
ofertando-nos os oceânicos alimentos dos rebelados,
e as escápulas de nós.
© Benny Frankline as escápulas de nós.
7 comentários:
cada vez mais "MAIS" !
nossa...sem fôlego
aplausos !
abs
Ao escarro...Demais!
Ao longo do tempo que vamos partilhando “nosso dia”, já con_versei... um pouco comentando teus versos: sempre poderosos! Parabéns e meu abraço.
Repito o Mestre Francisco e lhe enevio um abraço.
E seria uma cena magnifica!!!
Muito bom seria dizer só o mesmo... ♥
um grito-poema
fantástico ritmo que expressa a mensagem deste poema
Aprecio imenso a tua escrita
Parabéns.
plasma e libido
um pouco de religião
eis
ISSO!
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