a minha velha coleção de postais
trouxe todos em branco depois de viagens
vontade insuportável de silêncio
de guardar comigo o gás das ruas
um beco em primeira edição
silêncio eivado de temor e tremor
transborda pardais mortos e calçadas
carros abandonados e santos beberrões
nossa senhora das flores e uma oração insperada
aos santos peço em novenas
nada depois de tantos noves fora
por cada visita à catedral
trago tatuada uma minúscula cruz
no desnudo corpo de missionário
postal que enviei de Java em 189...
3 comentários:
ave, poesia!
esse espaço é um achado.
Grande! Uma viagem poética.
Gostei do "transborda pardais mortos e calçadas".
Abraço.
Tudo é lindo nesta poesia. Amei, Audemir.
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