Minha idéia era subir até de onde não veria mais o chão.
Passei pelos primeiros telhados:
alguns cinzas, outros vermelhos.
Subi...
Cheguei à copa das árvores.
Primeiro as menores, depois as outras...
Vi pássaros
(Muitos, muitos!)
E subi...
Cheguei ao alto dos edifícios mais antigos.
E, pelas janelas, vi senhoras
olhando televisões mal sintonizadas,
sem, daí, me verem passar.
E subi...
Cheguei aos arranha-céus mais altos,
e vi jovens engravatados apontando gráficos diante de senhores incrédulos.
E subi...
Cheguei ao encontro de aviões,
aeronaves,
astronautas.
As aves, então, as mais fortes e velozes.
Até o vento ter cor e cheiro,
até o silêncio ser medido em decibéis.
E subi...
Cheguei bem lá no alto,
depois de onde nada mais havia,
de onde nem o chão, finalmente, mais se veria,
e subi...
Até ter medo de olhar para baixo
Até começar a ter medo
de altura.
4 comentários:
Muito bom... Como deve ser a verdadeira poesia. Abs.
Muito bom ver versos de Isaias de Faria, Rafael Nolli e Flávio Otávio Ferreira aqui, parabéns porque os três são muito bons poetas.
Grande abraço.
Bacana Diego!
poesia prima.inteligente, prende e dá o recado...muito bom e suave...adorei
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