sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Poema Frio

Sim, eu sei...
Mas meu silêncio
é fruto dos dias de solidão.
Solidão que escolhi,
e que, grande companheira
me permitiu olhar os dias
de maneira sutil e generosa.
Me fez ver os homens
e seus rebanhos sem fim
com certa desconfiança.
Sim, eu sei...
Recluso em meio à multidão,
espalhei curiosidade e medo.
Mas é tudo tão simples...
Eu só queria ficar sozinho!
Mas agora vem você
que se impõe e se instala
no meio da sala
reservada às canções
e aos devaneios
deste verão chuvoso.
E agora menina?
O que vamos fazer com isso?
Dar ao mundo um início,
e costas ao precipício?
Isto não é um poema de amor.
Esta não é uma canção de paixão.
É só a minha forma solitária
de dizer que já sou teu.

2 comentários:

Maria Ribeiro disse...

POEMA DIA: a repetição (anafórica) da frase "Eu sei" provoca expectativa em qualquer leitor...
Considero o teu poema dividido em duas partes principais: a primeira é o poema todo, até ao momento em que introduzes o "ELA"...Tudo corria bem, eras livre, mas... a felicidade só passa a existir na 2ª parte ,onde confessas que ,afinal, TU AMA_LA!
LINDO POEMA
ABRAÇO DE LUSIBERO

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

é um canto de paixão e de devoção, ao amor, a vida e a poesia do ser...parabens ab