quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

cinema mudo

o cinema rouba as minhas palavras
vem me deixando raro e bissexto
e nada posso fazer
mesmo a poesia sendo mais antiga
o cinema é presto, infinito e máquina

guardo a poesia como carta na manga
e o cinema como amigos na multidão
assim sendo
sempre escritor
morrendo com o vagar das minhas palavras.

8 comentários:

Lírica disse...

Desculpe se abuso do espaço, mas lembrei de um post que fiz em meu blog sobre cinema:

E eu sozinha numa ilha de mim, cercada de assentos desassentados. Nada importava naquele momento além da tela devaneada. Quem não sabe sonhar sozinho? Ou sonhar seus próprios sonhos? Assistir ao sonho de outrem parece coisa devassa, quebra de privacidade, invasão...! Mas eu paguei. Não invadi.
Estamos aqui, todos, partilhando. Não queremos nos distanciar demais. Mesmo na escuridão, mesmo sem nos falarmos. Mesmo sem nos conhecermos... estamos aqui em comunhão.
Falas e imagens, gestos e cores, cenários e cenas compõem uma linguagem que cunha símbolos. Entramos idéia, saímos símbolo. Fazemos parte.

Nenhuma arte independe totalmente de outra.
A poesia não morre, só dá outros jeitos de sobreviver.

Hercília Fernandes disse...

"morrer com o vagar das palavras" é por demais poético, Audemir. Gostei bastante, a imagem é bela!

Beijos,
H.F.

Benny Franklin disse...

Como sempre um belo poema.
Boa!

Adriana Godoy disse...

Gostei muito. Beijo.

Benny Franklin disse...

Poeta:
postei no dia errado. O dia certo é 5.
Obrigado pelo comentario.
Abs.
Benny

Barone disse...

"sempre escritor
morrendo com o vagar das minhas palavras."

Joe_Brazuca disse...

"guardo a poesia como carta na manga e o cinema como amigos na multidão"

é sempre bom ter um arsenal...

Anônimo disse...

O que realmente vale, é o destino que damos as nossas palavras. As suas, de uma forma ou de outra, viajam para o paraíso, e de 1ª classe! Feliz aquele que consegue, lá de cima, ver suas nuvens.
Beijos,
Márcia Duarte