o cinema rouba as minhas palavras
vem me deixando raro e bissexto
e nada posso fazer
mesmo a poesia sendo mais antiga
o cinema é presto, infinito e máquina
guardo a poesia como carta na manga
e o cinema como amigos na multidão
assim sendo
sempre escritor
morrendo com o vagar das minhas palavras.
8 comentários:
Desculpe se abuso do espaço, mas lembrei de um post que fiz em meu blog sobre cinema:
E eu sozinha numa ilha de mim, cercada de assentos desassentados. Nada importava naquele momento além da tela devaneada. Quem não sabe sonhar sozinho? Ou sonhar seus próprios sonhos? Assistir ao sonho de outrem parece coisa devassa, quebra de privacidade, invasão...! Mas eu paguei. Não invadi.
Estamos aqui, todos, partilhando. Não queremos nos distanciar demais. Mesmo na escuridão, mesmo sem nos falarmos. Mesmo sem nos conhecermos... estamos aqui em comunhão.
Falas e imagens, gestos e cores, cenários e cenas compõem uma linguagem que cunha símbolos. Entramos idéia, saímos símbolo. Fazemos parte.
Nenhuma arte independe totalmente de outra.
A poesia não morre, só dá outros jeitos de sobreviver.
"morrer com o vagar das palavras" é por demais poético, Audemir. Gostei bastante, a imagem é bela!
Beijos,
H.F.
Como sempre um belo poema.
Boa!
Gostei muito. Beijo.
Poeta:
postei no dia errado. O dia certo é 5.
Obrigado pelo comentario.
Abs.
Benny
"sempre escritor
morrendo com o vagar das minhas palavras."
"guardo a poesia como carta na manga e o cinema como amigos na multidão"
é sempre bom ter um arsenal...
O que realmente vale, é o destino que damos as nossas palavras. As suas, de uma forma ou de outra, viajam para o paraíso, e de 1ª classe! Feliz aquele que consegue, lá de cima, ver suas nuvens.
Beijos,
Márcia Duarte
Postar um comentário