domingo, 3 de janeiro de 2010

Açúcar-Matéria (poema de Sylvia Beirute)















AÇÚCAR-MATÉRIA

já ter acontecido:
à falta de um vício, ser-me proposto um exemplo
de não exemplo,
o projecto de ser uma mulher de açúcar,
e reverberar a personagem no meu rosto.
e nos anti-corpos da pré-exibição
ver um piazzolla, um piazzolla também de açúcar
e uma composição instantânea, o tango
de uma escalada em condição de cristal.

sim, já ter acontecido, já ter acontecido muitas vezes:
sermos feitos de açúcar, porque
assim que a dança começa, piazzolla,
sempre os corpos desabam.

inédito

14 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Sou fã!

Assis de Mello disse...

Belíssimo poema, Sylvia.
Parece que identifiquei algo de Herberto Helder, talvez a liberdade das imagens.
Parabéns,
Já sou seu fã.
Chico

Mirror disse...

Uma imagem muito criativa...achei interesante esse desabar doce dos corpos...
Excelente texto.

Ryanny disse...

Que tango doce.

Piazolla.


Fã idem!

Juliana Matos. disse...

Que belo, sensível!!
Muito bom..

Bjos

L. Rafael Nolli disse...

Muito bom, Sylvia.

Pedro Dores disse...

este poema é daqueles inesquecíveis.

Enzo de Marco disse...

Olá silvia Primeiramente felicitações pelo poema muito bem escrito , no entanto não pude deixar de notar que vc deu uma passadinha no meu diario, agradeço-lhe e convido-lhe a sempre retornar
Saudações de um Lobo da Estepe

Felipe Costa Marques disse...

doce poema

congratulações!

bjs e abs

Mara faturi disse...

Belas imagens, dança boa de "saborear", como são as coisas de açucar;)
*me encantando com tudo por aqui,
bjo

Moisés de Carvalho disse...

que belo ! adoro ler-te , pena que não consigo mais entrar no seu outro blog ¨ uma casa em beirute ¨. consta somente para convidados.
um beijo !

Sylvia disse...

Querido Moisés.

O blogue está encerrado por agora.
Reabrirei, em principio, mais tarde.

S.

rogerio santos disse...

Lindo poema. Dá voltade de ouvir Libertango.

Beijos e prazer em conhecê-la, Rogerio.

tenório disse...

Caramba, temos aqui um grande poema, em outro patamar, tanto no conteúdo, mas principalmente no domínio do estilo. Genial, colega.