segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

só me regue

nos lençóis desse reggae - zélia duncan



só me regue


eu não te peço muita coisa, honey
apenas um par de
polaroides de viagem
e um help que traduza minha
semi-virgem vertigem
na ponta de outra
[tonta] língua

para que eu capte
no zoom [in]
o oculto sob o azul
da superfície

para que eu intercepte
[e soletre à tez da letra]
a palavra-chave, meu bem
que num passe de
real insensatez

te abre


valéria tarelho

5 comentários:

Tenório disse...

Genial, mestre. A gente aqui se debatendo para fazer alguma poesia e você traz essa beleza. Soletre à tez da pele me fez ver uma textura de mulata, uma pele borrachuda sobre as letras.

Muito genial.

Tenório disse...

ERRATA:

Soletre à tez da letra, claro, foi o que quis dizer - porque é o que está dito no poema.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Primoroso. Sensível até aos ossos


Desculpe a demora, seus poemas são sensíveis mesmo, primoroos.

ab

Cíntia Thomé

VERA PINHEIRO disse...

Valéria, querida, parabéns. Lindo! Beijos meus.

Joe_Brazuca disse...

Esta sua "letra" é melhor do que a da Duncan !...música de prima !

muito bom , Valéria !