sábado, 12 de dezembro de 2009




Existe uma força primeira que molda tudo perece tudo e volta a moldar.
Na vida isso se chama potência de sobrevivência.
Essa essência abstrata me enche e sai de mim, desmanchando todos os metais da escala e os não conhecidos que estão aí.
Escorre; cai através de minhas unhas cheirando a putrefação. É a vida no seu estado primitivo. A força primeira e única que move todas as coisas para o seu próprio fim.
Assim, eu explodo em todas as cores e odores de flores fatais.
Nada sobrevive a mim e tudo se reconstrói ao meu olhar.
Eu crio Deus; amputo a sua cabeça – todas as coisasnãocoisaspossibilidadescertezas- e recrio-o a imagem e semelhança da minha superação.
Através da própria potência de todas as coisas- metapotência- eu entrevejo a subversão de toda ordem.
Eu vejo nós dois no vácuo: a verdade: a distância micromacroinfinitafinita do nada; e eu: aquele que usa a força motriz para dominar ela mesma.
Porque nós somos a anomalia que pode roubar a perfeição inerente ao tudonada.
Esse crime ultratranscendental se dá através da própria luta da sobrevivência- o embate vital de estar-aí.
O que não passava de uma tentativa frustrada de evitar o perecimento é transformado em eternidade imperecível, imutável, extramutável, infinita embora cheia de jardins caprichosos de finitos, todos os prefixos oni(s) inventados, a ser inventados, esquecidos e negligenciados.

2 comentários:

Benny Franklin disse...

Excelente. Abs

Joe_Brazuca disse...

Apoteótico !

adorei essa viagem "melt" !...a figura condiz legal...

muito bom !