sábado, 5 de setembro de 2009

POEMA DIA

quando chega o dia
já pensado como sendo fado
onde me escrevo letra
nu desenfado para canto
silencioso como o cio

denunciando palavras
assim jogadas ao vento
onde voam soltas sementes
leves dos sons que vão
há procura de chão

passo neste dia
pelo trinta e um do poema
onde se joga a sorte
da lavra de todo o lavrador
cultivando com amor

submetido ao acaso
dum juízo vasto na maré
do mar domando onda
subo para um verso
ultra-leve diverso

serve-me a tromba
do mesmo modo garra
com o bico onde afio mina
dum lápis mineral
sobre a folha vegetal

até deixar impressas
impressões com a alma
duma transformação lenta
do que do pensamento
passa a momento

até escrever verso-final

4 comentários:

BAR DO BARDO disse...

memento moris

Adriana Godoy disse...

Francisco, belas e poéticas impressões sobre o dia D. Muito interessante. Gostei.

Sidnei Olivio disse...

Sempre muito interessante! Você me deixa sempre com muito a pensar
Abraços, Francisco.

rogerio santos disse...

Francisco, as palavras se aninham com sabedoria nas tuas linhas. Sou seu fã. Abraços, Rogerio