Imagem: Água (Arcimboldo)
Na Malásia
Na Malasia faz frio
Quando chovem pardais
E os sustos de amanhã dormem ainda
Seus lentos
Suspiros
Na Malásia tem gente que acredita
Em brincos de jade amarelo
e faisões tropicais
Ainda meninos
Na Malásia, sou moura.
Tenho pássaros nos pés e um lagarto por companhia.
Às vezes ele me morde.
Na Malasia cultivo cisnes vermelhos
Que em junho viram girafas de duas cabeças
e em dezembro sorriem.
Quando chovem pardais
E os sustos de amanhã dormem ainda
Seus lentos
Suspiros
Na Malásia tem gente que acredita
Em brincos de jade amarelo
e faisões tropicais
Ainda meninos
Na Malásia, sou moura.
Tenho pássaros nos pés e um lagarto por companhia.
Às vezes ele me morde.
Na Malasia cultivo cisnes vermelhos
Que em junho viram girafas de duas cabeças
e em dezembro sorriem.
Na Malasia é domingo
todos os dias da semana
E de vez em quando neva
Dentro de casa.
todos os dias da semana
E de vez em quando neva
Dentro de casa.
Na Malasia politicos são corvos
Devoram carniça nas praias
e vomitam
lindos poemas de amor
sem nenhum sentido
Na Malasia todos os crimes
são capitais
de paises imaginários.
Devoram carniça nas praias
e vomitam
lindos poemas de amor
sem nenhum sentido
Na Malasia todos os crimes
são capitais
de paises imaginários.
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8 comentários:
Intrigante - parece um mundo outro...
Imagens a rodo!!! Fiquei tonto...
Que texto, Helena!?
Destaco uma de suas magníficas passagens/paisagens:
"Na Malásia, sou moura.
Tenho pássaros nos pés e um lagarto por companhia.
Às vezes ele me morde"...
Maravilhoso! As imagens se descolam do poema e vem nos habitar.
Muito, muito bom. Parabéns!
Beijo :)
H.F.
Mutio lindo seu poema...nos transporta para outras terras, outros significados. Parabéns.
Poema mágico, encharcado de simbolismo. Helena, um poema surpreendente, rico, gostoso de ler - muito bom!
Faço coro com os colegas, Helena!
Um poema quase enigmático...
Um beijo.
Obrigada Bardo, Hercília, Adriana, Nolli e Renata. Minha Malásia tenta ser uma Pasárgada mais surreal.
Deve ser uma coisa bandeirina este negócio de terras imaginárias. Ou é de todo poeta mesmo
grande beijo,
Helena
Gostei, Helena!
Muito bem construido!
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