sexta-feira, 15 de maio de 2009
Memória do sentimento
Uma voz de cor negra
Pode ser da empregada da infância
Um cheiro de quintal
Cheio do cheiro de quem ali estava
Uma melodia maternal
Mas pode ser do filme que vi ontem.
A memória é meio devassa
Lima, confirma, ameaça
Faz chorar por pessoas,
Não pelo que elas são
Mas por aquilo
Que um dia representavam.
Uma convulsão que arrebata
Que não trabalha bem com data
Que te põe sempre fora
Pra tudo parecer retrato
Que põe num cômodo vazio
Um sentido de plenitude
Que enche a palavra saudade
Do sentimento que a explica
Que me faz ansioso por um futuro
Apenas pra dele guardar as lembranças
Que me coloca em posição indesejada
Sempre em atraso com a vida
Mais preocupado em senti-la
Do que, de fato, vivê-la.
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tenório
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15 comentários:
LINDISSIMO!
AMEI!
BEIJOS MEUS!
memória é isso mesmo, cumpade...
valeu o texto, belo, mexeu com o nego véio.
para béns!
Cara, mandou muito bem! Mavilhoso! Parabéns.
....precisamos inventar lugares e coisas ( sentimentos?) para esses lugares, às vezes...altares, outras...curral;essa ansiedade de sentir a vida é fardo de poeta, que ao escrever; Vive...
estou gostando do que leio por aqui,
abraço!
Bem poético, Tiago, de prima!
Bonito, rico em significados e muito poético. Gostei.
Chega a dar um nó na garganta. Belíssimo, meu caro.
Extraordinário, se não no campo da inventividade da palavras, pelo sentimento que evoca na gente. Muito bom, poeta!
Poema redondinho, com fluidez! Muito bom, sobretudo por esse tom evocativo!
Com esse poema, você dá palavra a coisas do sentir. Um poema que a gente reconhece nas coisas que repercutem no corpo.
Tenório, memória e força. Esse cara é bom...
Muito bom pela emoção que causa na gente. Parabéns!
Lindo, lindo! Falou tudo por nós.
Muito bom o poema companheiro, valeu pelo comentário ao meu poema.
abs
Flávio Machado
Que poema tocante... Faz contato com a memória de quem lê e mexe com a gente... Belíssimo!
Silvia
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