Pacífico é ser oceano? Supor outra coisa é desaver avidez de maré. Escrevo para tornar-me factível e depois toda água que evapora. Toda mulher renova, quando a liberdade sabe mais de abrir portas que as chaves. Eu nunca tive idade. Cada vez que me despeço, o horizonte me abre janelas. Envolvo a vida nas asas das coisas-pés. As coisas têm vida. As pessoas, uma coisa dentro. E os cheiros têm braços. Desfaço-me dos fios de lágrimas do tempo, quase cambriana. O amor presume a evolução. Do poema restam fósseis. Respiro as frases, animo os desdizeres da alma. Pelo sangue, o veículo-corpo pisa o chão da terra. Todo dia o sol nasce no peito. A imaginação não tem paredes. Estico a rede nos coqueirais da vila. As pessoas daqui têm pressa. Ser humano carrega osso. Depois de moço, a carne desfibra. O espelho é testemunha das horas. Existo agora. O que é a bússola da vida?
6 comentários:
gostei Flávia. eu não tenho mais idadepra ter idade;))
Hoje me detenho. Só levo a sério, aquilo que gosto. E ser oceano e ainda o Pacífico não é nada fácil. Lindeza, parabéns pelo texto.
Muito bom texto mesmo, sem pele e osso, assim cru em suas metáforas de evolução.
Seu texto,
além de lindo,
é inspirador, Flávia!
Fiquei com vontade de escrever
a partir de várias de suas frases...
'Ser humano carrega osso'. Muito bom isso!
uma evolução em espiral anímica...
Evolução do ser atraves do tempo...poeta é assim . Excelente texto. ab
cintia thome
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