Ó senhor que estás ausente,
De ti vem só silêncio.
Ó senhor,
Perdoai-nos
Se não sabemos
O que fazemos.
Pois não somos apenas crianças?
Infantes doutrinados pelo medo,
Mitologias, mágica?
Silêncio
Silêncio
Silêncio
Podemos desvelar as plantas, as coisas.
Desvelamos a nós mesmos.
Mas sempre crianças
Que sonham,
Que brincam,
Que riem
Uma risadaria de choro.
Que des-cobrem
Com um olhar oblíquo.
Que exalam
Uma vontade laça.
Que desejam
Um lançar-se sensual e sorrateiro.
Dai-nos isto que é apenas a vida.
Apenas aqui agora, eternamente dai-nos.
Eternamente o mesmo, dai-nos.
Dá tu
Dê ele
Demos nós
Dai vós
Dêem eles
Nesses Dedos
Jogando Dados
DáDêDemosDaiDêem
5 comentários:
Grande Canario, pensador e poeta nato,voando pelas entranhas do cérebro e alegrando a vida e a mente de seus leitores. Parabéns. Grande poema.
ROGÉRIO dj
Gostei bem do poema também, mas para mim ele começa a falar mais do meio para frente do que antes! Parece uma correia complacente que soltas para correr livre, enfim... Pensarmos! Grande abraço
Estou com o Guto até certo ponto. O início é um pouco morno mesmo, mas cria uma atmosfera bacana, cria um ponto interessante de desenvolvimento. Uma pena é a última frase, que vem destoando do restante do poema de forma muito significativa.
Eu não estou com nenhum dos dois. Achei corajoso mas confuso. Pra mim deveria começar
Desvelamos a nós
Crianças ....e ir até o fim nessa beleza de fluxo fonemático que nos enlaça.
E, sem perder o humor, achei que ao final ia acabar em Daime
Olá como já disse antes, um poema é a cada vez e por cada um desvelado de forma parcial. Ninguém é capaz de descortinar toda a verdade do poema. Isso que o torna interessante, ele sempre - e a cada vez - é incompleto e parcial. Como um cristal possui muitos lados. Eu enquanto autor, tinha alguns objetivos especificos que morrem comigo. Mas é necessário lembrar-los que a arte está em movimento, assim como tudo que há. Digamos, que certas assimetrias são necessárias numa pós -modernidade de ordem e caos.
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