sábado, 7 de fevereiro de 2009

POEMA OCULTO

Procuro pelas palavras e não as encontro.
Por onde andarão?
Por que se escondem?
Se rebelaram mimicamente
ou se refugiaram dentre os livros da estante?

O dia se perde na busca constante...
Anoitece e o papel ainda em branco!

Melhor deixá-lo assim: mar morto!
Do que povoá-lo sem virtude.

Melhor deixá-lo assim: saara!
Do que irrigá-lo com o dicionário.

(A estante: não desarrume a estante!
As palavras que lá se encontram
não romperão com o silêncio.)

É melhor deixá-lo assim: mudo
espelho refletindo um momento de solidão
extasiado de poesia.

10 comentários:

Beatriz disse...

As palavras e as coisas. Bela imagem o dicionário irrigando a página.
Sim, muitas vezes diante da poesia não sai poema. As palavras fogem encantadas ou somos nós que silenciamos diante da beleza delas.
Gostei do poema revelador

cisc o z appa disse...

po
voar
sem
virtú

não sai nem o pó!

muito bom, camarada

seja bem vindo!

L. Rafael Nolli disse...

O poder incalculável das palavras querendo se rebelar na estante! Bacana o tema, já passei por ela algumas vezes! Me atrai muito. ótimo poema, meu camarada!

Pedro disse...

Foram bonitas as idéias construidas com as próprias palavras e sentimentos que faltam a inspiração. Fiquei preso nos versos.

www.palavraderedator.blogspot.com/

mariagomes disse...

Um óptimo poema oculto!

Anônimo disse...

Fiquei extasiada a contemplar a tua travessia em busca das palavras.

Anônimo disse...

Ei poeta! Adorei seu poema, me fez pensar nas vezes que tentei povoá-los sem virtude... não adianta, né? ou então surge um troço oco, sem eco.

adorei a imagem de irrigar com o dicionário! muito bom!

Barone disse...

Bem vindo Sidnei!

Anônimo disse...

Caros amigos(as) poetas: muito obrigado pelos comentários e por me receberem tão bem nesse blog que transpira poesia da mais alta qualidade. Saudações

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Todas as palavras das estantes, das que vimos e das que ecoam, soma de tantos delirios mas nunca igual aos nossos, não estão nos livros, estão dentro de nós...palavras nunca escritas...talvez benditas talvez malditas...mas ditas...
Parabens