esse mormaço sabe a fevereiro
na claridade vê-se um quê de março
tão longe vai abril igual vai maio
de junho o quase-frio hoje é passado
o que dizer de agosto então e julho
a anunciar setembro em tons de azul
outubro é tão recente e já novembro
se esvai em dias claros de janeiro
quando o torpor do meu viver disfarço
cerro janelas nem às ruas saio
e vejo a mim qual ser mal-acabado
de frágil vidro e carne um podre entulho
mistura de canário e urubu
sem calendário afirmo — é dezembro
Márcia Maia
20 comentários:
Muito bom, Márcia, muito bom! eleito como o meu preferido. Beijo.
sem calendário também afirmo, amiga. é um belo poema.
um grande beijinho
jorge
os dezembros sempre nos chegam assim...meio mormaço...meio murmúrio...
adoro, porque é meu mês...
e o poema, é uma feliz constatação dos tempo e suas andanças!
parabéns pelo blog!
é lindo e com uma proposta muito interessante...
abraços...
Iara Maria
Dezembro é mês de festa, de final.Tem sempre um tom de mudança, ainda que nada se transforme definitivamente.De canário a urubu?Eu escolheria.
Bonito poema.
http://anndixson.blogspot.com
Adorei seu poema; muito obrigado!
belo poema que tú nos nordeste
embora aqui no cinza-sampa
40 e poucos, só os meus calejados
o cobertor anda fazendo hora extra
ajuda a vencer os menos de 20(º)
e o verão não passa de esperança
num álbum de fotografias
enquanto o coitado do ventilador emperra e o pobre do lençol embolora,
os ácaros continuam fazendo a festa
...pelas barbas de Papai Noel !
rs
Assim chega dezembro, um pícaro a rir de nós... Luzindo e "sinetando" o fim de um tempo! Porém, trazendo esperança de dias melhores...
Bom trabalho!
Abraços!
Paz e Poesia!
Dezembro é um fundo, um fundo sem fim e quando a gente cai nem percebeu que acabou! Lindo poema.
Putz.... sou sempre mané em comentário literário. Ruim de análise....
mas me roubou por um ano!
É uma grande alegria ver você aqui também, Márcia querida. Beijos.
Que poesia gostosa, Márcia.
Oh luas que entortastes!
13X Feliz!
Delicioso o poema! Gostei demais.
na ciranda dos meses o tempo pára neste poema.
gostei muito.
dezembro carrega nos ombros o peso de onze luas cheias de si, prontas a parir e reparir a ilusão primeira dos [ risos de ] janeiro.
este é um dezembro ímpar, de poesia e leveza. de delicadezas como esta que Márcia nos presenteia.
~> um alerta:
essa mulher é perigosa: suicida de plantão e pajé de uma certa tribo :)
Márcia, bom demais compartilhar os mesmos espaços que você!
Um poema que muda mês a mês. Muito bom!
muito lindo mesmo.
me angustiou. e no meu mundo, isso é um grande elogio!
Obrigada, gentes. Bom estar aqui, entre e com vocês.
inspiradíssimo!
...dizer o quê mais?!
beijo de feliz ano novo
na dúvida, mais uma tentativa:
inspiradíssimo!
beijo de feliz ano novo
Postar um comentário