sábado, 5 de maio de 2012

(D)ENTRO


os poetas vão escasseando
até um dia deixarem de existir
quando os poemas silenciosos
não se resgatarem nas palavras
a viverem a aventura dos versos

dentro da margem da folha
pendurado no espaço do dizer
o dito hesita a sua existência
procurando ter este êxito

um sorriso mostrando os dentes
a rir da boca para fora de dentro

7 comentários:

Betina Moraes disse...

... Muito bonito, Francisco,
desde a construção que vai minguando o verso até restarem duas frases isoladas no sorriso (d)entro, como a dupla carreira de dentes dentro da boca, e a boca fechada.
Poeta que retorna a si e não se mostra, assim se dará a extinção dos poemas. Espero eu que não! Sumam da face da terra as outras coisas todas, fiquem os poetas, até para reenventá-las quando não existirem!
Beijo.*.

olara, um castelo de sonhos disse...

Aos que se desnudam: aplausos, confetes e purpurinas!Beijos no coração!

Ana Ribeiro disse...

Um poema alerta. Bravo!

Srta. N disse...

Muito bom... Sinto da mesma forma, mas reluto em acreditar na extinção. Eu faço poemas em prosa... Admiro muito quem tem o dom do verso... Dei uma olhadinha no teu blog e fiquei feliz por encontrar mais um sobrevivente do sentir. Bom...
Bjs

Benny Franklin disse...

Poemaço, Francisco! De prima. Abs.

Benny Franklin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco Coimbra disse...

Betina, Olara, Ana Ribeiro, Srta. N, Benny, agradecido pelos comentários!