"Prepara tua fuga com cuidado."
[Virgílio]
I]
Foge ―
uma coisa é indispensável ― fugir pelo silêncio
é raspar a consubstancialidade do verbo:
aquele
que estertora a página em branco
que estertora a página em branco
sem pedir paga.
II]
Foge ―
neste esfalfamento de lógica obscena ―
fugir
é alcançar a rapidez do nada.
III]
Foge.
Dá-te fuga
...Sê canhão em atilamento
... Amante do exato
Foge
...Sê inteiro contigo
...Metamorfose da tempestade.
IV]
Foge.
Foge.
Buscai & buscai
a dilatação
da pluralidade
dos gemidos
que, indecorosos, transvestem-se de semideuses
na vastidão dos antipoemas. V]
Foge.
Sê dilatado [poema habitado]
para
que as sombras
proativas do mormaço
proativas do mormaço
possam afinar-se com os bruscos
céus
selvagens.
By Benny Franklin
céus
selvagens.
By Benny Franklin
3 comentários:
Um "brusco céu selvagem" muito bem rasgado, iluminado pela escrita dos versos! Abraço!!
Fico em dúvida se todo silêncio é fuga.
Acredito em silêncios introspectivos cujos gritos explodem o íntimo.
Estancar nossas sangrias é estar à frente nas batalhas.
Muitas vezes precisamos poupar as nuvens dos nossos próprios céus selvagens.
Versos profundos que conduzem a muita reflexão.
Beijos no coração!
Benny, sou leitor assíduo.
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