quinta-feira, 5 de abril de 2012

GOLFANDO O ARDUME

Fotografia By Lee Jeffries

I

Como um boto
que vai aos bailes com suas prováveis vítimas                   
                            desprezando o antes-gozo;

                 Como um buraco negro
que lança galanteios às supernovas
desdizendo da após-aurora esmeraldina,

                              Assim
o instante desdenhando do bíceps.

Assim
  a imaginação do benjaminzeiro
     concebendo à fórceps.

                              Assim
o verbo golfando sob o ardume.

II

Há poetas
com saliências verborrágicas
  para iludir o pranto
                   e
      olhares insulares que servem de analgésicos
          para confundir a vida.

III

         Há poemas

e não 
fingimentos

que crescem mais do que a alma 
pode suportar,

esses

são brotos ortodoxos
da
consciência

necessários

à satisfação de suas masturbações.

Um comentário:

L. Rafael Nolli disse...

Benny e sua poesia única, inconfundível! Um poema dividido em três partes, um poema uno, três poemas independentes... O trecho "a imaginação do benjaminzeiro
concebendo-se à fórceps" por si só já é de um beleza e tanto.