um tango na vitrola um vermute
à meia-luz na sala
promessa de pecado e de desfrute
mas inda se cala
aberto até acima do joelho
revela-se o vestido
decote debruado de vermelho
como prometido
e a mão conduz a mão até a dança
desliza no cabelo
daí ao colo à boca ao corpo e avança
mais — sem atropelo
e agora o que era dança beijo seja
e o que se oferecia
tomado e repartido se anteveja
como apetecia
(...)
manhã terno e vestido em desalinho
a um canto do sofá
um corpo noutro corpo faz seu ninho
— o que mais falar?
Márcia Maia
4 comentários:
se
"a mão conduz"
nada mais se diz...
Não resta nada - tudo está dito, devidamente, poeticamente, dito.
belo poema
beijos
"a mão conduz a mão até a dança"
Nada mais a se dizer...
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