mais de uma vez ele me disse
que havia solução
que nem tudo estava perdido
mais de uma vez ele apagou a luz ao sair
me deixou na escuridão do quarto
e pôs Milles Davis para tocar
mais de uma vez ele me cobriu com o edredon
colocou a mão na minha testa
para ver se eu estava com febre
mais de uma vez ele me beijou com olhos selvagens
me chamou de vadia de louca de perdida
e deliramos juntos no deserto de nossa cama
mais de uma vez ele chorou
olhando as estrelas
mais de uma vez jurei mudar
era só uma questão de tempo
mas depois de mil e uma noites
depois de apagar a luz do quarto
ele se foi
ficaram as estrelas
ficou a noite
e o ar frio que entrava pela janela
15 comentários:
As lembranças se repetem no eco das palavras dos que partiram.
Excelente, Dri!
ainda escuto o trompete do Milles nesse blue Valentine,
beijo
Excelente poema, gostei imenso.
Beijo.
essa tua visão feminina
é sempre no ponto
lira personalíssima
parabéns
gostamos
DRI!
Que maravilha!
Como são repetitivos esses homens! Já pressupomos o que vai acontecer. Como se fosse uma só rotina para todos.
LINDO!
Beijos
Mirze
Ótimo poema das mil e uma noites! Bjs
Oi Dri,
o cotidiano sempre bem retratado em seus versos... Bj.
Adriana, ler seus poemas é sempre um prazer! Surpreende.
Bjs!
Um lindo poema do que nunca se esquece.
Beijo.
Lindíssimo.
Sem mais palavras... Beijo!
Gente, valeram os comentários. É sempre um estímulo saber o que as pessoas acham do texto. Beijo em cada um de vcs.
Lindo, Dri.
adriana,
o amar é mote continuo
morte continua e cotidiana
a cada um que se vai:
esse ar frio entrando pela janela
esse frio que penetra a espinha
chama-se desolação: aa perda
que o poeta não se cansaa
de cantar.
lindo poema...
abraços
danilo
Milles Davis, a brisa e os sentimentos flutuando com ela... Sensacional ! Beijão pra tu, Godoy!
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