o que me arranha
não são suas garras
decoradas com estrelinhas
afiadas no carinho
peito abaixo
nem seu jeito felino
de andar de quatro
não é sua língua
na minha orelha
nem seu dedo na ferida
o que me arranha
não são os dados flamejantes
do olhar perdido
ontem quando onde?
muito menos os díspares
bicos dos seios
a confundir direções
e desejos
não os galhos da roseira
que você plantou
embaixo da minha janela d'alma
nem as agulhas de fogo
e gelo
do teu hálito de fêmea
é a impossibilidade do oásis
_água sombra tâmaras
o que me arranha
são os seus desertos
...
república das olandas
8 comentários:
mesmo nos desertos
a lira
liquida
Apesar do deserto, o lirismo é de afogar.
Que belo!
bardo:
brigadim pela leitura compreensiva...
ana:
:)
Qual a tua inspiração??
adilma
_o poeta é um perdido sem remissão.
um ronin, saca?
samurai desonrado, condenado a vagar sem mestre, à procura do que só 3 seres sabem...
brigadim pela visita.
Maravilhoso, Samuca, seus, meus, os nossos desertos....bj
O legal é fazer chover no deserto !! Belo poema, meu caro !
Abraço !
Postar um comentário