sábado, 2 de julho de 2011

ANÁLOGOS


Há mil encantos nas nuvens contra o sol
e todos os matizes infinitos de sua paleta:
brancos, ocres, roxos, carmins e magentas
- ocaso furta-cor que sucumbe à noite veloz.

Há mil encantos nos balés dos oceanos
e todos os matizes infinitos de sua paleta:
verdes, pretos, berinjelas e azuis de veneta
que corto com a afiada quilha do meu pranto.

Há mil encantos no poema e até Deus duvida
que é feito a vida: parece, mas nunca foi finita.

2 comentários:

Luis Eustáquio Soares disse...

"parece, mas nunca foi finita", e porque parece, perece; e porque perece envelhece e rejuvenesce; e no desporque do prquê, finita porque infinita.
belo poema
de la mancha

Francisco Coimbra disse...

Infinita leitura da finita escrita, na escritura do poema. Parabéns!