sábado, 9 de abril de 2011

Tempestade


De súbito a boca acinzenta

e a saliva amarga uma desesperança.

Quisera ficar só, em minha tristeza

mas me contagio com o aço das doenças.


Quisera a armadura do cavaleiro

no instante de céu negro

mas é ao moinho que pertenço.


Minha alma volátil

engole os gritos enfermos.


O corpo dói o peso

e o olho grita

um sussurro

de benevolência.

(arte sumi-ê de Kago Woo)




Este poema faz parte do meu primeiro livro de poesia, "Nanquim", que será lançado no dia 14 de maio, à partir das 16h, na Livraria da Vila - R. Fradique Coutinho, 915 - Vl. Madalena - SP. Quem sabe possamos nos conhecer pessoalmente! Grande abraço, Débora

8 comentários:

Algo meio Assim disse...

'Tão existencial quanto nanquim aderindo à folha em branco. A mente, sente-se a a folha a ser prenchida...'
Muito profunda! Vou divulgar o lançamento de seu livro em meu blog. Espero conseguir ir!
Parabéns e sucesso!

Benny Franklin disse...

Poemaço: belo como o belo!

Débora Tavares disse...

Obrigada, Davi!
Espero vê-lo no lançamento.
Abs,
Débora

Débora Tavares disse...

Obrigada, Benny.
Abs
Débora

BAR DO BARDO disse...

Boa articulação!

Desejo uma tardezinha (final de tarde) de autógrafos supimpa!!!

Alvíssaras!
Namaste!

Unknown disse...

obrigada, Henrique.
Que haja muito sol.
Abs
Débora

Francisco Coimbra disse...

Um poema que gera alguma ambivalência, para quem procura o equilíbrio Yn/Yang. Tem atmosfera, isso agrada-me. A parte mais questionadora deu-ma a afirmação da segunda estância «Quisera (…) mas é ao moinho que pertenço». Agito o moinho de orações, tranquilamente. Gosto do final:
«
um sussurro
de benevolência.
»
Sem urro, não sussurro: Parabéns!
Felicidades para o livro!!

Unknown disse...

Obrigada Francisco!
Sim, a busca do equilíbrio. E o poema como instrumento.

Abs
Débora