AS PALAVRAS ESCONDEM A VERDADEIRA LINGUAGEMa minha língua é o ponto mais pequeno
da minha linguagem.
o azul é o ponto maior da minha insegurança.
esta chuva pode ser um homem desfeito.
o inseto vive o mesmo tempo que o seu desejo.
as coisas imortais nunca tiveram corpo.
a dificuldade de escrever revela uma leitura
ineficaz do espírito.
o instinto fechado é a metamorfose em bloco
sem um exercício atual da estátua.
o futuro exorciza o passado e esse exorcismo
é o presente.
nada do que disse acima é correto.
.Sylvia Beirutepublicado no
"uma casa em beirute".
4 comentários:
tudo que disse acima, é verdadeiro...
muito bom, Sylvia !
abs
Instigante!!! Colecionadora de versares multiplos....
Cara, é assim, considero que sua poesia atormenta.
Você é boa no seu fazer.
Aprecio.
Obrigado!
Um titulo interessante e desafiador, dando apetência para partir à descoberta da “verdadeira linguagem”. Digo, as dicotomias não são pares antitéticos fechados, são palavras amorosas que afloram à superfície como sementes, desabrochando em seu olho para o nosso olhar:
língua/linguagem – palavra/declinação
azul/insegurança – céu/infinito
chuva/desfeito – homem/ideias
inseto/desejo – tempo/duração
coisas/corpo – imortais/incorpóreas
dificuldade/ineficaz – leitura/espírito
instinto/metamorfose – atual/estátua
futuro/presente – exorciza/exorcismo
Indo de dentro para fora, até ficar fora/dentro. Toda a leitura tem uma predilecção pela escrita, segui-la como a paixão que se incendeia no corpo, segui-la nas veias até à inspiração trazendo O oxigénio, para entrar em combustão! Obrigado.
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