destro sem nenhuma destreza (pois a natureza só me deu
a intenção)
a tipóia carregava o gesso inibindo os movimentos
de gestos aflitos.
de repente eis-me sinistro sem qualquer possibilidade
apenas a necessidade
primária de expandir a própria necessidade.
como um ritual de passagem
(na verdade um treino obtuso)
à noite
amassava bolinha de borracha. quando era dia
atirava pedras
em árvores imaginárias sem nenhuma pontaria. seguia assim
na convalescença
do tempo despertando desejos e mentiras enquanto
você colhia
trevos nos campos do passado.
3 comentários:
Necessário ritual, Sílvio! Beleza.
bom texto
A beleza de se ter uma alma pura poesia, um papel em branco (ou nem tanto) e uma delicada letra escrita - esferográfica bendita,
que disso nasceu poesia fita,
do fundo dos olhos de quem vê, canta e grita - silenciosamente!
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