te encontraria
no deserto
às dez e meia
tonto de luz
passos trôpegos sobre a areia movediça
eu te desnudaria
meio-dia
sol a pino
e te manteria prisioneiro
até que tingisse
a tua pele
o mais negro ou rubro tom
e cegasse os teus olhos o sol da tarde
te abandonaria então
nu e insone
meio às sombras
sem sonhos
onde te escondias das noites quentes
de antigos janeiros
por fim partiria
liberta
de ti
e do cárcere gelado
dos interditados verões do teu amor
desejo ao avesso
ainda pulsando em mim
Márcia Maia
imagem: lilya corneli©
4 comentários:
amor em pó
Que delicia... Quisera eu também liberta de amor antigo, viver novos janeiros...!!!
um belo poema. beijos
Flávio
Márcia, poemaço! Perfeito!
Bjs!
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