“- Consola-te. Afinal não há mais nada.
- Não há mais nada? E o coração da gente?”
Como foi que chegamos aqui?
Estamos presos nessa longa jornada.
A luz do sol não nos convida
à alegria, à nova estrada.
Deixo quantos prazeres tiveres,
entre mim e ti
haverá sempre um moinho,
mastigando nossos olhares.
Seiva e vida fugia de tua face...
Repeti continuo os versos
teus, de outrora:
“Não sei por que choras... Não foste tu
que desmanchaste o ninho?”
Agora, para sempre
consola-te, não me apavore.
Há sempre um limite para a ingratidão.
Encheste a boca: “foi-se a escravidão.”
Amassa e come o teu pão mesquinho!
Uma vida nova em mim lateja,
meu orgulho ferido em ti tropeça.
E, há um amor sincero
que não rasteja.
2 comentários:
Se tivera agora em punho o violão, faria musica de poesia tão bela!
Se tiveres quem tenha a ditosa ferramenta, faça!
Música é da poesia, sintonia, compasso, tua letra travessa merece um bom trato. Só não a trato por me faltar o devido talento :D
Parabens, Poeta!
Os olhares sempre são mastigados, digeridos, regurgitados e novamente engolidos... comidos não, engolidos.
Bom sábado, shabath shalom.
PS.: Não entendo como a David aparece aqui, mas...
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