sábado, 11 de dezembro de 2010

“- Consola-te. Afinal não há mais nada.
 - Não há mais nada? E o coração da gente?”
                                                                   J.L.C.


Como foi que chegamos aqui?
Estamos presos nessa longa jornada.
A luz do sol não nos convida
à alegria, à nova estrada.

Deixo quantos prazeres tiveres,
entre mim e ti
haverá sempre um moinho,
mastigando nossos olhares.

Seiva e vida fugia de tua face...


Repeti continuo os versos
teus, de outrora:
“Não sei por que choras... Não foste tu
que desmanchaste o ninho?”

Agora, para sempre
consola-te, não me apavore.
Há sempre um limite para a ingratidão.
Encheste a boca: “foi-se a escravidão.”
Amassa e come o teu pão mesquinho!

Uma vida nova em mim lateja,
meu orgulho ferido em ti tropeça.
E, há um amor sincero
que não rasteja.



2 comentários:

kiro disse...

Se tivera agora em punho o violão, faria musica de poesia tão bela!

Se tiveres quem tenha a ditosa ferramenta, faça!

Música é da poesia, sintonia, compasso, tua letra travessa merece um bom trato. Só não a trato por me faltar o devido talento :D

Parabens, Poeta!

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Os olhares sempre são mastigados, digeridos, regurgitados e novamente engolidos... comidos não, engolidos.

Bom sábado, shabath shalom.

PS.: Não entendo como a David aparece aqui, mas...