quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Kamikases

Entardece...
e o que me emudece
ao te ver bailar na areia,
é esse teu fingir sereia,
que norteia o sol
pelo céu abaixo,
nesse escracho
que fazes no horizonte,
e de fronte ao que eu ainda sou.

Anoitece...
e o que me enlouquece
ao te ouvir cantar pra mim,
é saber que não têm fim,
esse meu vaticínio
da solidão em eterno declínio,
e a nossa risada,
por cada onda contada,
e cada abraço vivido.

Amanhece...
e o que me entorpece
ao ver teu corpo ao meu alcance,
é o suor desse romance,
escorrendo licoroso,
junto ao tempo nervoso
que devora cada hora
e nos torna kamikazes
e loucamente capazes
de entardecer...

7 comentários:

Henrique Pimenta disse...

No ritmo do amor.

Lírica disse...

Ah... l'amour ces't beau...

André HP disse...

Daria naturalmente uma daquelas baladas medievais.

Belas palavras e composição.

Abraço!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Ahhhh que beleza... belo demais.

Barone disse...

Gostei muito.

Barone disse...

Será meu poerma da semana lá no blog, amanhã.

L. Rafael Nolli disse...

Poema filé. O final é arrebatador!