sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Imortalizado



Arrancaram minha pele viva
Fizeram retalhos de meu corpo
Estilhaços de minha alma
Lavaram as mãos em meu sangue
Derramado sobre a mesa
Trituraram os meus ossos
E queimaram os meus cabelos
Resta apenas a sombra
De respostas a perguntas
Que me fizeram
Restam apenas os versos
Que insistente escrevi

Intacto, em uma redoma
Colocaram meu coração
Que palpitante pulsava
Descompassadamente.

4 comentários:

Ju Fuzetto disse...

A escrita permanece grudada nas mãos de quem as cultiva...

Lindo. beijo

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Forte e belo!

L. Rafael Nolli disse...

Flávio, ouso dizer que é um dos seus melhores. Ali, entre os 3 mais! Muito bom mesmo - se estivesse ao meu alcance, estaria em qualquer antologia sobre a nova-novíssima poesia!
Abraços e parabéns!

Ana Izaura disse...

Profundo e denso. Excelente poema. Amei.