Tela - Francis Bacon
Minh’alma não se degrada
Não há líquido que faça derreter
Transforma-se, não enferruja
Descasca-se, enruga
Brilha metalizada
Quando a água vem e vem
Regendo orquestras
Do que pulsa, do que resgata
Há cheiro dócil da terra
Cio da carne, amor pleno
ciclos e suas ogivas
Estelar azulada, púrpura
Corre veia, veio, rio
entremeio de refrões
Dorme minha alma branca
à hora grande, até a chegada
Do outro ponteiro
da meia-noite
do meio-dia
Expurga sentidos
Lágrimas das mágoas
Mesmo ferro
Mesmo massa
Mesmo sangue
Não enferruja
Porque saliva
O Divino vinho
Cíntia Thomé
2 comentários:
Cinthia, tão fortes teus versos, lendo-te me senti viva. bjs
Olá! Encontrei seu blg e adorei!
Parab´ns!
Se puder e quiser, passa no meu:
"O cotidiano de cada dia". Até
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