Gosto de o vento sentir,
no alto de uma montanha batendo em meu rosto.
Gosto de a natureza sentir,
sem sair deste meu posto.
Gosto de liberdade,
gosto de mim como sou,
sem luxo e vaidade,
assim como estou.
Gosto de um pássaro voando olhar,
gosto de ter alguém para amar.
Mas não há vento a sentir,
não há natureza a ouvir,
não há pássaro a voar e
não há alguém para amar.
Eu estou só.
Estou numa montanha entre montanhas,
estou num mundo sem entranhas.
Não há ninguém para de mim sentir dó.
Mas espere, há Alguém,
Alguém de Quem muito falavam.
Não consigo Seu nome lembrar,
mas sei que muito O amavam.
Algo me diz que tenho que Lhe pedir perdão,
pelo ódio e pela falta de amor.
Sei que isso aliviará minha dor
e meu coração.
Agora, sinto o vento,
ouço a natureza,
vejo pássaros
e amo Alguém.
Agora, só há dois seres,
eu, o último dos homens,
e Este Ser
a Quem chamavam de Deus.
1977
Um comentário:
Poxa, Ton, 77 foi um ano inspirado! O poema é bom e a estrofe final é ótima!
Abraços!
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