enquanto dorme
um homem se atira do oitavo andar do prédio ao lado
e um cão perdido se estende no sol no meio da rua
três carros capotam na estrada
e alguns pardais tomam banho na água suja
enquanto dorme
a chuva inunda uma cidade inteira
ratos se escondem nas casas junto às pessoas desesperadas
e aparece uma flor no vaso da nossa janela
enquanto dorme
me deito ao seu lado
e olho para o seu rosto calmo e sereno
para o seu rosto calmo e sereno
12 comentários:
Muito bom, parabens adorei
Beijinho
Fantástico, DRI!
Sono pesado, ou consciência tranquila demais.
O que importa é a meditação que você nos deixa. Nada atrapalha, nem mesmo a presença o sono de alguns.
Pensei em muitos, inclusive em políticos e governantes.
Maravilhoso!
Beijos
Mirze
Excelente.
As imagens da poesia equilibradas na forma do poema. Gostei, Adriana.
Um beijo.
Bendito aquele que dorme...
Faço minhas as palavras de Mirze:
FANTÁSTICO, Dri!
Um grande abraço,
Doce de Lira
Oi Adriana,
quantas coisas acontecem enquanto dormimos... no sentido real e no sentido figurado. Òtimo poema revelador da nossa vida tão vulnerável e o desenho do Rafael é um dos mais belos que le já fez. Bj.
enquanto adormecem as coisas no terno despertar, serenidade
beijo
A pena é leve.
E dela sai sangue.
O sangue liquida.
Que coisa mais bonita, Adriana. Você acredita que esses dias eu pensava em algo assim? Quer dizer, pensava em como escrever sobre o que está acontecendo comigo, sem me desconectar do que acontece a minha volta, sabe? Abrir a percepção... há tanta coisa acontecendo...
Enfim, muito bom. Queria escrever com essa precisão!
Beijos
Gente, valeu! É muito bom ter esse retorno. beijos.
Muito suave, muito terno, Dri. Cheio de imagens bonitas.
excelente poema!!!!
Resulta muito bem a repetição introduzida nos versos finais, obriga-nos a acompanhar um olhar que nos é dado a ver ao longo do poema; um olhar para as coisas. Parabéns!
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