há uma canção nessa manhã azul
de antigamente
(a canção não a manhã)
e eu oscilo
hesito entre manter-me inteira
no presente
ou escorregar leve impercebida e
sorrateiramente
ao quarto fechado
onde dormitam em segurança todos os
sentires inacabados
há uma manhã nessa canção
de antigamente
(a manhã não a canção)
e já nem sei o que é passado
o que é presente
mas vem em meu auxílio
o telefone
e embora aveludada e rouca
não é tua
a voz que me procura
há uma canção nessa manhã
nem tão azul
(tampouco de antigamente)
apenas uma canção
e nada mais
Márcia Maia
7 comentários:
Oi Márcia,
tão lindo, tão doce... me pareceu suave como a manhã.
bjs, lindos versos
lindo, lindo...
que poema mais delicado, mais lindo de tudo. principalmente a primeira estrofe, que considero perfeita.
Canção que arrebata,
suponho, o que nunca
dormira.
Carinhoso abraço.
Márcia! Um belo poema, uma canção nessa manhã!
Quero destacar, Márcia, esse trecho:
"há uma manhã nessa canção
de antigamente
(a manhã não a canção)
e já nem sei o que é passado
o que é presente
mas vem em meu auxílio
o telefone
e embora aveludada e rouca
não é tua
a voz que me procura"
Lindo.
Parceirinha uma linda manhã.
bks
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