sexta-feira, 17 de setembro de 2010

uma canção na manhã


há uma canção nessa manhã azul
de antigamente
(a canção não a manhã)
e eu oscilo
hesito entre manter-me inteira
no presente
ou escorregar leve impercebida e
sorrateiramente
ao quarto fechado
onde dormitam em segurança todos os
sentires inacabados


há uma manhã nessa canção
de antigamente
(a manhã não a canção)
e já nem sei o que é passado
o que é presente
mas vem em meu auxílio
o telefone
e embora aveludada e rouca
não é tua
a voz que me procura


há uma canção nessa manhã
nem tão azul
(tampouco de antigamente)
apenas uma canção


e nada mais



Márcia Maia


7 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Márcia,

tão lindo, tão doce... me pareceu suave como a manhã.

bjs, lindos versos

Flá Perez (BláBlá) disse...

lindo, lindo...

Tenório disse...

que poema mais delicado, mais lindo de tudo. principalmente a primeira estrofe, que considero perfeita.

Domingos Barroso disse...

Canção que arrebata,
suponho, o que nunca
dormira.

Carinhoso abraço.

L. Rafael Nolli disse...

Márcia! Um belo poema, uma canção nessa manhã!

L. Rafael Nolli disse...

Quero destacar, Márcia, esse trecho:

"há uma manhã nessa canção
de antigamente
(a manhã não a canção)
e já nem sei o que é passado
o que é presente
mas vem em meu auxílio
o telefone
e embora aveludada e rouca
não é tua
a voz que me procura"

Lindo.

Flavio Machado disse...

Parceirinha uma linda manhã.

bks