quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poluição eleitoral



Como posso

crer no candidato,
se antes do mandato

ele já suja a cidade inteira,
a cara lavada em óleo pra madeira
pisoteada por cada pessoa que passa?

Campanha limpa honra o asseio pelo passeio.

Respeita o chão que é público e alheio.
Prioriza o discurso e não o panfleto:
a sua fala em branco e preto.

Aquele lá é predador
a só ver o eleitor

como caça.


Renata de Aragão Lopes


Soneto blavino publicado em 15 de setembro no doce de lira.

7 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Renata, estou de acordo em nº, gênero e grau!

Márcia de Albuquerque Alves disse...

REnata, asino embaixo dos teus versos! bjs

Nilson Barcelli disse...

É assim em todo o lado...
Poema muito a propósito do processo eleitoral em curso no Brasil (em Portugal é no próximo ano...).
Beijo.

JPM disse...

Oi,

O pior é o que está por traz dessa sujeira. Quem patrocina essa sujeira quer o seu de volta. E aí reside o cerne da grande corrupção que assola este país plutocrático, que precisa ser vendido e mostrado como democrático.

Saúde e felicidade.
JPMetz

Hercília Fernandes disse...

Ótimo poema, Renata.
Os homens [públicos] deveriam incluir os seus versos em suas propostas e propagandas, quem sabe assim não deixariam de ser panfletárias?...
Um beijo,
H.F.

VERA PINHEIRO disse...

Renata, cheia de razão! Parabéns, querida!

tenório disse...

Muito pertinente. Perfeito em todos os níveis.