quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ócio


Esse macho da minha espécie,
que vem da chuva
com cheiro suado
de mato cortado,

ao vento solto,
é insólito,
por ter as raízes no solo.

Mal chega,
me põe logo no colo,

dissolve os soluços,
quando choro.

Ele faz o jantar
e me come.

Diz que me ama,
mas,
na manhã seguinte,
traz café quente na cama
e some.

(do meu livro LEOA OU GAZELA, TODO DIA É DIA DELA)

4 comentários:

Dilean de Bragança disse...

Poisd é, né??

LINDO post, como sempre!

Bjus de novo.

Victor Meira disse...

Porra, massa. O fim é um tiro.
Tezão.

L. Rafael Nolli disse...

Flá, ótimo poema. Tenho lido o seu livro e me deliciado! É uma viagem ao mundo da poesia e da sensualidade. Parabéns!

Flá Perez (BláBlá) disse...

obrigada, pessoal!

beijobeijobeijobeijo!!