É inútil a palavra
Aflorando das murchas manhãs de inverno
Rasgando a carne de nomes que se confundem
A outros nomes e almas que se dissipam
Na neblina turva do ar sepulcral
Que se eleva
Na orla intangível da vida.
É inútil o verso
Travestido de incongruências e dissonâncias
Que escapam entre os dedos
Transbordando medo e insônia
Tédio da vida escassa de anseios
Que perpetua a inalterável
Transposição rotineira das horas.
É inútil a poesia
Impregnada do ocaso dos dias cinzentos,
Seu sopro morno nas têmporas
Rotulando o caminho impreciso
Em tempos de angústia e espera
Lamento intenso – quimera –
Por ver toda a vida perdida.
7 comentários:
Uau!
Adorei.
Pois, é Flávio! Li e reli esse poema, sempre muito bom!
Uau mesmo! Isso para não falar um palavrão que me seria mais util e preciso. Fenomenal. Instantaneamente já é um dos meus poemas preferidos aqui.
Sem palavras... Amei!
Melancolírico, se me permite o meologismo. Muito poético e triste, ao mesmo tempo.
Valeu pessoal!
É sempre bom tê-los por aqui.
Abraços calorosos a todos!!!
É inútil, porém integra as inutilidades necessárias...
Beijo, Flávio.
Amei o poema!
H.F.
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