segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Salto

Não me lembrava de ti

Até a primeira vez que te vi

Por onde andava

Não havia eu

Para aonde ia

Não podia ser seu

Mas as suas pernas

Me confudiram

E abduzido nos contornos de teus seios

Fui lançado em multiversos

Onde o real havia

Onde eu podia

Onde você queria

Mas somos cargas contrárias

Onde o choque

Criaria outros mundos

Outras dimensões

Outros possíveis versos

E uns poucos verbos

Correlatos ao amor

Que haveria

Ao calor que produziria

Não fugi por um triz

Pequei pelo que não fiz

Sem que você quisesse

Sem que eu pudesse

Quase sai de mim

Quase me vi no fim

Quase disse sim.

2 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

A mulher parece ter o dom de confundir o outro com o seu charme.
linda poesia!
bjs

Francisco Coimbra disse...

Um poema onde se liberta poesia que parece ter; e viva a aparência, onde o poema vive como onda, a cada nova leitura!