domingo, 15 de agosto de 2010

Fique são

Vida equivocada de acertos,
Rigor nenhum,
Objetos não-batizados;
Contemplo fonemas fossem gravuras
E nunca ouvi um livro.
Ignoro minha presença:
Por isso, só.
Enquanto isso:
Quanta sensação inútil!

Hoje, coleciono ficções
Feito alguém que, das obras de arte,
Guardasse apenas réplicas.

2 comentários:

Lírica disse...

Tiago, fiquei com vontade de ler mais e mais vezes esse poema. Muito bom. Antíteses que incomodam, mas de um jeito bonito, poético, mesmo. das obras de arte quase sempre guardamos apenas réplicas mn6emicas, mesmo... E esse não dar importância à própria presença? Intriga-me. É o nirvana! Por isso tudo parece sem importância... ou ficção... sem o véu de maia...
Muito bom.
Gostei muito!

L. Rafael Nolli disse...

Beleza de poema, meu camarada! Me remeteu a Pessoa! O arremate é perfeito. Abraços.