meu nome? que importa?
nasci nu e descalço
sem deus nem poesia
cresci, tive leito, teto
leite fresco das tetas
que tanto suguei
meu nome? que importa?
cheguei vazio
sem crença ou melodia
pisei barro, grama, pedra
cheirei mato, fumaça
chuva a apagar poeira
meu nome? que importa?
chorei, deveras
sem saber a cor do dia
tomei banho de chuva
em trilha de beijos
sob a luz da lua.
3 comentários:
que belo poema! que despretensioso, e por isso mesmo, sensível, tocante. bonito demais, poeta.
O que importa o nome? importante é o que vivi! Lindo demais!
O último terceto ilumina de felicidade estas memórias... tristes? Esquecidas... de quem? É a imaginação descalça a pôr o pé na estrada, a cheirar chuva onde antes pó. Pode? Pode! A tanto a Poesia alcança quando, como esta, na imaginação dá imagens fortes! Parabéns.
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