quinta-feira, 8 de julho de 2010

0,02%

Redistribuo dúvidas do dia seguinte
Encho de sinais o silêncio
Não procuro primaveras
Nem roubo girassóis azulados
Não sei ler bússolas, nem mapas
Não decifro ventos
Nem tateio cartas descartadas
Enrouqueço a voz quando digo que amo
Enloucresço, olhando teu coração no invisível
Não revelo moedas de ouro
Nem resvalo em peles de cordeiro
Apenas caminho
Enquanto carrego no peito as mãos calejadas de tanto pensar.

É, o que parece
Não ofereço doces ao acaso
Sem sorrir, não há nenhuma flor de maio que me faça chorar.

Um comentário:

Renata de Aragão Lopes disse...

Por que assim deseja
ou por não saber ser diferente?

Gostei muitíssimo do poema, Cleber!
Talvez por ser o oposto
daquilo que sou:
99,9%,
confeiteira de doces,
sensível às flores de maio...

Beijo,
doce de lira