quinta-feira, 24 de junho de 2010

Poema # 2

: impossível sem quebrar uns ossos,

talvez alguns golpes de navalha na face

(como um imprudente zagueiro

ou um barbeiro louco).


: improvável sem queimar algumas casas,

talvez algumas pessoas em praça pública

(como se fazia em nome de Deus

ou de homens alçados a).


: fora de cogitação sem pessoas,

talvez algumas que não existam

(como aquelas dos romances antigos

ou dos sonhos razoáveis).


: impensável sem amor pela vida,

talvez por uma mulher ou por um cão

(como se vê nos bares à noite

ou na rua aos sábados).


*

8 comentários:

Hercília Fernandes disse...

Possível, provável, cogitável, pensável..., a literariedade em seus versos, Rafael.

Poema forte, intenso, com riqueza de conteúdo humano.

= parabéns, gostei imenso de lê-lo!

Beijos,
H.F.

Flá Perez (BláBlá) disse...

gosto do não fim, não conclusão, pra deixar a semente.
bjbj

VERA PINHEIRO disse...

Gosto tanto do jeito Nolli de poetar...

Joe_Brazuca disse...

politicamente incorreto !

adoro...

Barone disse...

Muito bom!

Adriana Godoy disse...

Nolli, que bom te ler. esse poema é algo assim especial. Beijo

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

possível sempre qualquer coisa sã ou insana...arbitrio é livre...
parabens ab

L. Rafael Nolli disse...

Amigos, agradeço pelos comentários! Esse poema faz parte de uma série que especula em torno do ato de escrever: o que seria válido ou não no poema; quais os motivos, os interesses, os temas do poema, etc... Obrigado e abraços a todos.