Um beato murmureja
uma Ave Maria!
Um menino boceja
pensando em Mariazinha!
A igreja vazia
é convite para brincar
com o sino.
O menino corre vadio
para a torre da igreja.
A passarada em alvoroço
voa lá de cima.
E o sino grita alto,
Eis um menino peralta
"Blém, belém, blém, blém..."
Nervoso, o sacristão
corre e vem dizendo:
"Chispa, menino matreiro,
filho de garrucheiro,
seu moleque atrevido!
Quem disse que podias tocar o sino?"
E o menino corre sorrindo,
feliz da vida,
feliz pelo sonho realizado!
4 comentários:
É isso aí, Flávio! Não conhecia esse poema! Gostei, é sonoro, nos mostra um mundo de vida tranquila, interiorana - mundo quase extinto onde meninos brincam tranquilos, despreocupados. Abraços.
Poemas também são máquinas do tempo. Infância. Ao ler esses versos viajei à dimensão onde ainda sou criança, sendo expulso da aula de catecismo pelo excesso de bagunça. Às vésperas de completar 50 anos (quius pariu!!!!!!!), isso me fez muito bem. Obrigado.
Esse é um poeminha do "Cata-ventos", Nolli.
Caro Ton, fico feliz por lhe proporcionar este encantamento através do poema.
Abraços.
Paz e Literatura!
Realmente, conferi aqui no meu Cata Ventos! Concordo com o TON, uma máquina do tempo! Valeu, Flávio!
Postar um comentário