quinta-feira, 22 de abril de 2010

SUMINDO AOS POUCOS




Meu rosto era tão limpo
Tão claro
Tão lavadinho...
E foi empoeirando-se aos poucos...
Cobriu-se de nódoas e fungos
virou essa mancha escassa
que foge do meu espelho.
Minha alma era tão limpa,
Tão clara
Tão lavadinha...
E foi desfazendo-se aos poucos...
Desmanchou-se em brumas e fumaças
Virou essa nuvem suspensa
Desalentada, enfraquecida.
Meu sonho era tão limpo,
Tão claro
Tão lavadinho...
E foi sumindo-se aos poucos...
Transfigurou-se, leve e mofino,
Virou bafio de coisa velha,
Indefinidamente à espera.

8 comentários:

Emilene Lopes disse...

Lindo poema!
Como todo verdadeiro poema bem simples mas profundo...
Bjs
Mila

VERA PINHEIRO disse...

Que forte, Daisy!

Renata de Aragão Lopes disse...

É preciso
que se junte
cada caquinho
deste espelho...

Beijo,
doce de lira

Audemir Leuzinger disse...

lindo demais, daisy!!!!
como sempre!!
beijos

Helena disse...

Lindo, Day! Sensível, verdadeiro. Você está cada vez melhor. Continuei no tema, mas acabei passando o dia.

beijão, Mhel

Barone disse...

Foi meu poema da semana lá no blog. - http://escrevinhamentos.blogspot.com/

L. Rafael Nolli disse...

Daisy, é um belo poema, sobretudo a descrição inicial! Muito bom!

Day disse...

Obrigada a todos pelo carinho!
beijos!