segunda-feira, 1 de março de 2010

Poema

A palavra amor é um caminho
Tortuoso para línguas cansadas
É som que se conhece muito bem
Como o contrário da morte

O caminho da palavra amor
Termina nos olhos de quem escuta
É como letra cuspida por muitas bocas
Como sufocar em orgasmo

Por muitas vozes trafega a palavra amor
Transita entre dentes, alvos, opacos
E mergulha em saliva, entre o palato e a dor

Este poema foi inspirado no livro “O contrário da morte”, de Roberto Saviano

10 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Excepcional, Barone! Já havia lido esse lá no escrevinhamentos. Cheio de imagens fortes! Muito bom.

Adriana Godoy disse...

É Barone, gostei de reler esse poema. Valeu! beijo

Victor Meira disse...

Bom, Barone, bacana. Falar de amor na poesia é desafiador. Se é tortuoso para as línguas cansadas, é por demais voluntário entre as línguas dispostas.

O contrário da morte? Penso antes que seja amigo dela, e, na mesma medida, contrário à vida também.

Lírica disse...

Tema desafiador(2)!
Um desafio em termos de representação, não só pela pegada abstrata, conceitual, mas pela continuidade com que se paresenta feeling até para os mais cerebrais.
Muito bem usufruído em seu poema.

Renata de Aragão Lopes disse...

Sem querer, cantarolei:

"um sabor de vida e morte
coração americano
com sabor de vidro e corte"

Excelente poema, Barone!

BAR DO BARDO disse...

Muito bom. Me agrado.

Audemir Leuzinger disse...

beleza!!!

Joe_Brazuca disse...

Excelente descrição do que não existe e se vomita à toda hora...

muito bom !

( “O amor é apenas uma armadilha da natureza para garantir a perpetuação da espécie”. - Arthur Schopenhauer)

confirmou-o ?

Barone disse...

Muito obrigado, pessoal.

Tenório disse...

Belíssimo! O meu preferido dos seus.